quinta-feira, 2 de julho de 2015

..... E o gato subiu no telhado

Se o gato tem sete vidas, já o deixei para trás e muito. Tenho tantas que já perdi a conta e com mais uma vantagem ( ou não ?): as dele são sucessivas, as minhas coexistem. 
O que nenhum gato nunca me contou é se a cada uma é um começar do zero. Se for, sorte dele porque para ele será sempre o tempo do agora.
Comigo a coisa é bem diferente:  o agora é um tempinho espremido entre o era e o será e isso dá um trabalho danado. Além disso essas múltiplas vidas tem uma autonomia irritante, fazem de mim mera personagem. 
Resta ainda um grande desafio: essas vidas concomitantes e autônomas que se apresentam e se escondem a seu bel prazer, misturando tempos e espaços, me impedem de escrever um livro de memórias . Memórias organizadas, lógicas, arrumadas. Cronologia? O que é isso?
Só me resta a esperança de, como Brás Cubas, escrever minhas memórias póstumas....

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